A triste e a alegre notícia que todos precisam ouvir

        Rm 5. 12-19

         Este texto nos mostra um grande contraste.  O contraste entre a vida de Adão e a obra de Cristo. Adão deixou para a humanidade a nossa condenação à morte, enquanto Cristo deixou a abundante graça da reconciliação com Deus, que nos conduz à vida. Este é o extremo entre o pecado e o perdão, entre a morte e a vida. Neste texto, Adão e Cristo são colocados em contraste para que a justificação pela fé seja claramente ligada à pessoa e obra de Cristo Jesus e não aos nossos méritos. A leitura do AT para hoje, nos mostra como o pecado entrou no mundo.  Este pecado condenou o ser humano ao abandono de Deus. Mas o amor de Deus foi maior. Este texto mostra a triste e a alegre notícia que todos precisam ouvir.

Alguém poderia dizer que essa coisa de pecado é culpa de Adão e Eva e que a gente não tem culpa nisso. Em parte isso é verdade. Adão é a cabeça de toda humanidade. Por meio dele a morte reinou sobre todos. É o pecado dele que afetou a todos e trouxe a mais dramática conseqüência, nossa condenação à morte.

Mas não podemos colocar a culpa só em Adão. Antes deste texto Paulo já havia afirmado que “todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus”(Rm 3.23). Quando Adão e Eva pecaram, na verdade a raça humana é que pecou. Daí todos são culpados do pecado e merecem a condenação. O pecado de um é o pecado de toda a humanidade e levou a culpa a todos. Isso quer dizer que o pecado é universal. Como conseqüência a morte reina sobre todos e se tornou o destino de todos. O salário do pecado é a morte, diz Paulo.  Por causa do pecado, o germe da morte não poupou a ninguém.

E porque o pecado atingiu a todos e continua atingindo é que nós somos imperfeitos e não temos condições de vencer a morte por forças próprias. Por isso ele diz que não há justo sobre a terra que não peque (Rm 3.10-12). Não tem como fugir, nós somos parte disso. O pecado de Adão nos atingiu de tal forma que, além de não conseguirmos nos livrar dele ainda fez com que a morte se tornasse parte do nosso ser.  E vejam que o ser humano havia sido criado para a vida e não para a morte. Este é o lado triste da notícia.

            O lado alegre é que, mesmo que todos os seres humanos tenham pecado e se extraviado, Deus, no entanto, por sua infinita graça, mostrou-se misericordioso para com o pecador. Em vez de fazer justiça e condená-lo à morte, Deus fez a sua justiça e lhe ofereceu vida. Esta é a nova justiça, revelada por meio de Cristo e oferecida de graça por Deus. Nessa fé podemos ter verdadeira paz e encarar a morte e ainda de presente sermos salvos pela fé.

            Vamos recapitular. De um lado a desobediência do primeiro homem trouxe morte.  De outro lado, a obediência até a morte de cruz de outro, ou seja, de Cristo, trouxe a vida. De um lado está a injustiça de Adão e de outro lado está a justiça de Cristo.  Adão e Cristo, portanto tem um significado universal para a humanidade.  Um traz maldição e morte para todos e o outro traz benção e vida para todos. De um lado somos unidos com Adão pelo pecado e morte, mas de outro somos unidos com Cristo pela graça divina através da regeneração pelo Espírito Santo no batismo. De um lado a transgressão gerou morte, mas de outro, um ato de justiça de Cristo trouxe vida. Uma pessoa trouxe condenação e a OUTRA trouxe graça e perdão.

            É verdade que o “salário do pecado é a morte”, mas a última verdade é que, graças a Deus, temos vitória sobre a morte por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.  E o mais importante é que a graça e o amor de Deus triunfaram sobre o pecado.  Cristo, através da sua justiça e obediência, inverteu a sentença de todos. O que o primeiro estragou, Cristo consertou. Cristo desfez o que o pecado causou de estrago no relacionamento humano para com Deus.  Assim como o pecado de um homem significou a condenação de todos, a ação de justiça de outro Homem significa a absolvição para todos.

            Esta é a alegre notícia que Deus anuncia a todos. Pois a notícia triste já foi vencida por Cristo. Deus quer que todos tenham vida eterna, pela obra de seu Filho. A morte de Cristo não foi o fim da vida, pois ressuscitou no terceiro dia.  Com a sua ressurreição ele destruiu o poder da morte e nos garantiu vida. Só em Cristo está a esperança para a humanidade.

Com esta alegre notícia no coração, vivamos a nossa fé em amor e serviço para Deus e para o próximo. Amém

Rev. David Karnopp