O CONHECIMENTO QUE FAZ A DIFERENÇA
“O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo” (Dn 11.32).
Qual é o seu livro preferido da Bíblia? Qual é a história da Bíblia que mais lhe chama a atenção e encanta? Qual é o versículo que você tem como um lema para o seu dia-a-dia, como uma chave ou trunfo em meio a preocupações e dificuldades?
Você tem dificuldades para aceitar a palavra de Deus como verdade em todos os sentidos? Qual é a sua maior dificuldade? Qual é o relato ou assunto da Bíblia que mais lhe intriga?
Desejo e oro para que esta mensagem fortaleça-o ainda mais nas bases da fé cristã.
Vamos por partes:
1. Daniel, um livro de inestimável valor tanto para aqueles que aguardavam a Primeira Vinda de Cristo (Messias Libertador) como para nós que aguardamos a Segunda Vinda de Cristo (Juízo Final).
Diversos segmentos de igrejas e pessoas preferem até mais o livro de Daniel do que, propriamente, o livro de Apocalipse, por causa dos seus pressupostos apocalípticos de identificar acontecimentos do tempo e marcar datas para a chegada do Juízo Final (1914, 21/05/11, 2012...).
2. Deus quer muito que conheçamos a sua Palavra e, por meio dela, as suas obras, os seus mandamentos e as suas promessas. No entanto, ele não quer que apenas tenhamos esse conhecimento em sentido intelectual, como mais uma teoria do tempo para racionalizar, interpretar, especular ou divagar. O que ele deseja é que esse conhecimento, seja qual for a proporção, venha acompanhado de assentimento (consentir, concordar, tomar para si) e fé (acreditar de verdade, com convicção). O que faz uma enorme diferença!
3. Como é o seu conhecimento de Deus? Talvez você conheça muita coisa a respeito de Deus e da sua vontade através daquilo que leu ou ouviu pregar sobre a Bíblia. E talvez fique até desanimado em reler esta e aquela história, texto ou livro, uma vez que quase os conhece de cor. Ou talvez ache muito repetitiva ou maçante aquela mensagem, já prevendo inclusive a aplicação daquele texto ou versículo.
Há riscos nisso. O maior deles é você saber muito de Deus e da sua Palavra, de maneira meramente intelectual, sem, todavia, consentir e acreditar que aquele relato de acontecimento, mandamento e promessa seja para você mesmo e a sua vida. O que pode fazer de você um mero religioso (ainda não cristão), marcado de ceticismo e oprimido por dúvidas, egocentrismo, frieza espiritual, desânimo, inativismo, etc., sem as marcas espirituais e vivenciais do verdadeiro cristianismo.
Observe os exemplos que seguem, aplicados a pessoas cheias do conhecimento de Deus e da sua Palavra, mas vazias de assentimento e fé, como acontece também hoje:
ü Hb 4.2, referindo-se ao povo de Israel em peregrinação pelo deserto: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram”.
ü Lc 19.39,40,47,48; Jo 11.47,48: Estes versículos testificam algumas das reações céticas das autoridades judaicas diante de Jesus (leia os textos de Lc 19.28-48 e Jo 11 na íntegra).
ü 2 Co 4.4 (NTLH), com respeito aos que ouvem, aprendem, mas não reagem positivamente à palavra de Deus: “Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é” (confira também Rm 1.18-23).
4. O conhecimento de Deus e da sua Palavra que faz diferença:
5. A pessoa que tem esse tipo de conhecimento (Conhecimento – Assentimento – Fé), esta sim, conforme o texto de Daniel, é forte e ativa.
1) Forte, força, fortalecimento, poder:
ü Lembra a reação de José, no Egito, diante da tentação pela mulher de Potifar (Gn 39; confira também Gl 6.22-25; 1 Jo 2.14).
ü Lembra o apóstolo Paulo – “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13 – carta de prisão, escrita em momentos de extrema dificuldade; confira também Rm 8.28).
ü Lembra o rei Davi (Sl 4.8; 23; 121), da sua confiança e segurança plenas que tinha na misericórdia e no poder providenciador de Deus em todos os tempos e situações.
ü Lembra a igreja de Esmirna (Ap 2.8-11), uma igreja pequena, pobre e atribulada, mas fiel ao Senhor em todos os sentidos.
2) Ativo, interessado, dinâmico, dedicado, perseverante, fiel, cooperador:
ü Lembra uma criança (ativa, saudável, interessada em tudo, cheia de vida, inspirativa).
ü Leia os textos de Ef 4.11-16; 1 Co 12.12-31; 15.58; 1 Ts 2.13.
ü Lembra o rei Davi (Sl 116 – cheio de confiança e disposição para corresponder às bênçãos de Deus na sua vida com presença garantida no templo, adoração, louvor, cumprimento dos votos, ofertas, etc.).
ü Lembra a igreja de Beréia (At 17.10-15), uma igreja fiel no estudo das Escrituras e preocupada para não ser envolvida com falsas doutrinas (confira também 2 Jo).
ü Lembra as igrejas da Mecedônia (2 Co 8.1-5) que, embora pobres, perseguidas e atribuladas, queriam servir à causa do Evangelho em todos os sentidos, também na ajuda a irmãos mais necessitados.
Qual é, então, a vontade de Deus para conosco?
A sua vontade é que sejamos filhos e servos seus fortes e ativos. E o seremos, se o conhecermos de verdade, com um conhecimento acompanhado de assentimento e fé, à semelhança do que aconteceu com os personagens bíblicos (pessoas e igrejas) citados anteriormente.
A afirmação de Jesus aos seus discípulos vale também para cada um de nós cristãos hoje: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda” (Jo 15.16).
Por isso, “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” (Os 6.3); “... crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo...” (2 Pe 3.18); pois, “O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo” (Dn 11.32); “o qual (Deus mesmo) deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4).
Se isto acontecer, nós, em primeiro lugar, seremos FORTES – no temor a Deus, na resistência ao pecado, na vigilância às tentações do mundo, na confiança das providências de Deus, na esperança da ressurreição para a vida eterna, na paciência diante de sofrimentos e tribulações, na resignação à vontade de Deus, na gratidão pelas suas bênçãos, na fidelidade aos votos, no zelo da verdade, na confissão ousada da fé, na disposição para perdoar, na renúncia de si mesmo e do mundo em prol das coisas do reino de Deus, etc.
E, em segundo lugar, nós seremos ATIVOS – na prática perseverante da vontade de Deus, na observância fiel dos seus mandamentos, no serviço participativo do seu Reino (tempo, dons, ofertas), no estudo das Escrituras Sagradas, na defesa da verdade interpretativa da Bíblia e das doutrinas fundamentais da fé cristã, na comunhão cristã (sentido de Igreja = Corpo de Cristo, assembléia de povo reunida), na diaconia (serviço de amor aos necessitados), no testemunho comportamental da vida, na luta contra o pecado, na prática do bem aos semelhantes, no evangelismo pessoal, na proclamação pública do evangelho, etc.
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (Jo 15.16). Como ele próprio disse: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12).
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Co 13.13). Amém.
PASTOR NIVALDO GARCIA
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