Pergunta-se: Onde você vai passar o Natal?
De forma diversa, as pessoas respondem:
- Em casa mesmo! (em tom de desânimo, meio sem graça).
- Na praia com a minha família e os meus amigos! (já soa melhor, em tom mais pomposo).
- No Rio de Janeiro... Paris... Disney...!!! (aí é que a coisa muda de figura, com a nítida impressão de que quanto mais para longe mais especial, chique e glamouroso fica o Natal).
E onde é o melhor lugar e o melhor ambiente para se passar o Natal?
Pelo menos nos limites dos grupos eclesiásticos, a resposta é contundente: - Na Igreja!
Concordemos com essa maioria da última resposta, até porque estamos no mesmo contexto e defendemos esta bandeira entusiasticamente. Ainda assim, no entanto, apesar de se estar na Igreja, pode prevalecer uma grande distância entre o celebrante do Natal e o Senhor. Pois não basta só estar na Igreja, no templo, entre o povo de Deus e na presença de Deus. Este é apenas o primeiro passo.
Vamos a dois exemplos da Bíblia;
O primeiro se deu durante os quarenta anos do povo de Israel no deserto. Por todo esse tempo Deus se aproximava e falava com o povo através do seu servo escolhido, o profeta e sacerdote Moisés. E sob a liderança deste, o povo era conclamado a se apresentar, normalmente diante do Tabernáculo (símbolo da habitação de Deus entre o seu povo), para ouvir e servir a Deus.
Apesar de tudo, qual não foi a conclusão, séculos mais tarde, da própria Escritura Sagrada?
O texto de Hb 4.1-3, em caráter quase que totalmente pessimista, conclui e alerta: “Deus nos deixou a promessa de que podemos receber o descanso de que ele falou. Portanto, tenhamos muito cuidado para que Deus não julgue que algum de vocês tenha falhado, deixando de receber esse descanso. Pois, assim como aquelas pessoas ouviram, também nós ouvimos a boa notícia. Elas ouviram a mensagem, porém ela não lhes fez nenhum bem porque, quando a ouviram, não a receberam com fé. Portanto, nós, os que cremos, recebemos o descanso prometido por Deus...”
E qual não foi, no seu tempo, a conclusão de Jesus quanto aos fariseus e mestres da Lei? Eis as suas palavras em Mt 15.8: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.
Hoje, igualmente, Jesus não quer chegar somente aos seus ouvidos e à sua mente intelectual. Não é o seu objetivo que você meramente lhe ouça e entenda sobre a sua pessoa e a sua Palavra.
Jesus quer ir além. O seu objetivo é chegar ao seu coração, à sua alma! E isso acontece somente se você acredita nele de fato e de verdade, de maneira simples, pura e real. Acontece se você acredita plenamente naquilo que a Bíblia diz sobre os mistérios gloriosos e graciosos da sua pessoa, da sua salvação pela morte de cruz e ressurreição, da sua missão evangélica para com o mundo, e das suas promessas de vida eterna aos seus fiéis seguidores. Como escreveu o apóstolo Paulo: “A mensagem de Deus está perto de você, nos seus lábios e no seu coração – isto é, a mensagem de fé que anunciamos. Se você disser com a sua boca: “Jesus é Senhor” e no seu coração crer que Deus ressuscitou Jesus, você será salvo” (Rm 10.8,9).
Se você acredita desta maneira, concretiza-se entre Jesus e você uma reciprocidade. Pois, a um só tempo, tanto você desfruta com ele de real perdão, consolo, paz e alegria no Espírito Santo, como, pelo mesmo Espírito Santo, você entra no seu santuário, na sua presença, no templo, no lar ou onde quer que esteja, e lhe apresenta um culto agradável, cheio de gratidão, júbilo e glorificação, como um verdadeiro fruto daquilo que está no seu coração (confira Lc 6.43-45), ficando assim confirmadas as palavras do próprio Senhor Jesus: “Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos” (Ap 3.20).
Além disso, se você acredita mesmo em Jesus, essa fé vai naturalmente se transformar em atividade no trabalho do seu Reino neste mundo. À semelhança de outros servos seus (com destaque ao apóstolo Paulo), você será investido pelo Espírito Santo de igual ânimo, coragem, amor, vivacidade e perseverança para estudar e comunicar a sua Palavra, envolver-se nos objetivos da sua Congregação e Igreja e favorecer aqueles que necessitam de cuidado e orientação cristã.
Por tudo isso, dizemos: Se o Natal começou no coração de Deus, ele só vai estar completo se acontecer no seu coração. É para isso que também o Senhor lhe pede: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos” (Pv 23.26).
Com votos de um Natal muito abençoado para você, família e irmãos na fé, numa recíproca de confiança, júbilo, gratidão, celebração e esperança, com Jesus no coração,
Pastor Nivaldo Garcia
Paróquia Luterana do Recife.
Paróquia Luterana do Recife.
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