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"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

POVO NORDESTINO, POVO GUERREIRO

Bairro do Recife em Pernambuco.
      Há mais de 20 anos no Nordeste, muita coisa aprendi com o povo nordestino. Encanta-me muito a sua história, os seus costumes e a sua cultura. Mais do que tudo, porém, admira-me o seu espírito guerreiro, sua luta, resistência, características fortalecidas em grande parte pelas circunstâncias do seu próprio ambiente de vida, escassez de água, seca, negligência política e fatores conseqüentes. Mas o nordestino       de valor, homem ou mulher (“mulher macho sim senhor” – homenagem de um pernambucano à mulher paraibana, na certa inspirado na pernambucana), não se entrega nem se rebaixa; vai à luta! É este o seu traço que mais me causa admiração e que observei estar também presente nos irmãos das nossas congregações do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Caruaru.

          O nosso Deus também é um Deus guerreiro. Guerreiro, lutador e vencedor!
          Quando Satanás induziu Adão e Eva ao pecado, Deus não recuou, não ignorou a situação, mas foi à luta. Não foi à luta para defender o homem caído, a coroa da sua criação, mas para resgatá-lo com base na promessa da vinda do descendente que esmagaria a cabeça da serpente, o Cristo Salvador.
         E quais estratégias Deus empregou para a libertação humana do reino das trevas?
            Podemos resumi-las em três passos:

            Primeiro Passo:
Durante todo o período do Antigo Testamento, da queda no pecado a João Batista, Deus chamou homens, profetas, sacerdotes e líderes, revestiu-os do Espírito Santo de poder, sabedoria e entendimento, os quais condenaram o pecado, expuseram o juízo de Deus e, principalmente, fortaleceram as pessoas na esperança da vinda do Messias. Exemplos especiais da antiga aliança foram Noé, Moisés, Josué, Sansão, Davi, Isaías e, o último deles, João Batista. Comparativamente aos maus e incrédulos, foram poucos tanto os profetas e os líderes quanto as pessoas que realmente corresponderam aos objetivos do Senhor. Mesmo assim, o Senhor e o seu povo sempre prevaleceram. Louvado seja Deus!

Segundo Passo:
          Este foi o maior e decisivo passo. Concretizou-se no cumprimento da promessa do Salvador, com a encarnação, nascimento, vida, sofrimento, morte e ressurreição do Filho unigênito de Deus, o Senhor Jesus Cristo.
            O texto do evangelho de hoje – Lucas 15.1-10 – resume bem a missão de Jesus aqui na terra. Jesus veio resgatar cada ovelha desgarrada e em perigo de perdição infernal; viu cada uma com um valor (parábola da moeda perdida) tão grande que procurou até achar. Essa ovelha era também eu e você e, pela sua graça, agora estamos novamente nas mãos do Pai celeste.
            Assim escreveu o apóstolo Paulo aos colossenses: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13,14).

            Terceiro Passo:
        Antes da sua ascensão, Jesus estabeleceu para o tempo da graça, até sua Segunda Vinda, em glória, para Juízo, o Ministério da Pregação do Evangelho. Ele resgatou a mesma estratégia profética de Deus da antiga aliança, baseada na promessa, e a reorientou para a nova aliança nas bases do cumprimento, da redenção efetivada, da graça do perdão e da vida eterna mediante a fé nele.
            Esse terceiro passo, portanto, resume-se no comissionamento por Jesus ao mundo de apóstolos, pastores, missionários e guias espirituais, de pessoas revestidas do Espírito Santo e investidas da sua autoridade para condenar o erro, conferir perdão e orientar a caminhada da sua igreja rumo à vida eterna.
Também o apóstolo Paulo sentia-se situado nesse plano de Jesus, pelo que escreveu a Timóteo: “Para isto fui designado pregador e apóstolo... mestre dos gentios na fé e na verdade” (1 Tm 2.7).
  A convicção do apóstolo é igualmente a minha convicção!
           
            Aonde, entretanto, queremos chegar?
         Aonde o nordestino quer chegar com a sua luta e resistência? Certamente a melhores condições de vida para si e sua família e a uma cidadania mais digna para ele e seus conterrâneos, não é verdade? Nada disto, porém, acontecerá sem que ele continue com o seu espírito guerreiro de paciência e perseverança.
            Aonde Deus quer chegar com as suas estratégias de luta contra o império das trevas? A resposta está em 1 Tm 2.3,4, onde está escrito que “Deus, nosso Salvador... deseja que todos os homens sejam salvos e chaguem ao pleno conhecimento da verdade”. Isto, todavia, não acontecerá sem luta, sem que Deus continue se impondo poderosamente contra as investidas que Satanás lança sobre a sua Igreja e as suas artimanhas para manter na escravidão do erro e da incredulidade a muitas pessoas de todo o mundo. 
            E aonde nós, como Congregação Cristã, queremos chegar? Sem dúvida, em cada um dos irmãos, individualmente, pulsa um desejo forte de que esta Congregação se deslanche em crescimento, em qualidade, em união e equilíbrio. Confere? Dizemos, no entanto, também aqui, que nada acontecerá sem luta, sem que cada um tenha encarnado na sua alma os mesmos anseios e objetivos de Deus, conforme vemos registrados na epístola de hoje – Tito 2.11-15: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens... o qual (nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo) se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras...”.
           
            Nessa perspectiva, que procedimentos vamos tomar daqui por diante?
            Diz o provérbio: “Uma andorinha só não faz verão”.
            Nós podemos, para começar, como igreja que somos, nos espelhar nos grupos de luta e resistência do nosso país – MST, familiares das vítimas do acidente aérea em São Paulo... Ou seja, vamos nos unir, agrupar e lutar juntos pela fé evangélica (cf. Fp 1.27).
            Mais objetivamente falando, vamos todos nos envolver e juntos trabalhar na perspectiva dos Objetivos da Igreja – Adoração, Comunhão, Educação Cristã, Serviço e Testemunho.
           E, mais que o espírito guerreiro e lutador do nordestino, vamos canalizar nessa ação, luta e trabalho pela causa dos propósitos e missão do evangelho o espírito guerreiro e lutador do nosso próprio Deus.
Se isso acontecer, para honra e glória do próprio Deus, os objetivos serão alcançados, pois ele muito se alegrará e muito nos abençoará.
Que Deus nos ilumine e fortaleça. Amém.



                                                 Rev. Nivaldo Garcia – 18 de agosto de 2010
            (Data de seu 50º Aniversário; a sua chegada oficial ao Nordeste se deu em 28 de janeiro de 1987, como Pastor Comissionado a iniciar os trabalhos da IELB em João Pessoa, PB; após três anos em Missão no Rio de Janeiro, retornou à Paraíba, Campina Grande, onde esteve por nove anos; desde final de 2007 encontra-se em Recife, PE).

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