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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Máximas de Martinho Lutero


DUAS MÁXIMAS DO DR. MARTINHO LUTERO PERFEITAMENTE CORRELACIONADAS:
UMA SOBRE A IGREJA QUE É FRUTO E VIVENCIA A FÉ; E OUTRA SOBRE A FÉ QUE GERA E DINAMIZA A IGREJA.


SOBRE A IGREJA, EM SUA EXPLICAÇÃO AO TERCEIRO ARTIGO DO CREDO APOSTÓLICO – “CREIO NO ESPÍRITO SANTO, UMA SANTA IGREJA CRISTÃ, A CONGREGAÇÃO DOS SANTOS...”:

“Mas o sentido e a substância desse aditamento é o seguinte: Creio que existe na terra um santo grupinho e congregação composto apenas de santos, sob uma só cabeça, Cristo, grupo congregado pelo Espírito Santo, em uma só fé, mente e entendimento, com diversidade de dons, mas unânimes no amor, sem seitas e sem cismas. Eu também sou parte e membro dessa congregação, co-participante e co-desfrutante de todos os bens que possui. Pelo Espírito Santo a ela fui levado e incorporado através do fato de haver ouvido e ainda ouvir a palavra de Deus, que é o princípio para nela se entrar. Pois antes de havermos chegado a essa congregação, pertencíamos totalmente ao diabo, como pessoas que nada sabiam de Deus e de Cristo. Assim, o Espírito Santo permanece com a santa congregação, ou cristandade, até o dia derradeiro. Por ela nos busca e dela se serve para ensinar e pregar a palavra, mediante a qual realiza e aumenta a santificação, para que diariamente cresça e se fortaleça na fé e em seus frutos, que ele produz” (Martinho Lutero, Catecismo Maior, Livro de Concórdia, p. 454, § 51-53). 


E SOBRE A FÉ, EM SEU PREFÁCIO À EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS ROMANOS: 

“Assim a fé é obra divina em nós, que nos transforma e novamente nos gera de Deus, e mata o velho homem, torna-nos homens completamente diferentes no coração, ânimo, mente e todas as forças, e traz consigo o Espírito Santo. Oh! a fé é coisa viva, diligente, ativa, poderosa, de tal sorte, que lhe é impossível deixar de operar incessantemente o bem. Nem pergunta ela se boas obras devem ser praticadas, mas antes que se pergunte, as praticou, e sempre está em ação. Aquele, porém, que não faz tais obras é homem sem fé, e tateia e olha ao redor de si buscando a fé e as boas obras, e não sabe nem o que vem a ser fé nem o que são boas obras. A fé é confiança viva e decidida na graça de Deus, tão certa, que por ela morreria mil vezes. E essa confiança e conhecimento da graça de Deus torna alegre, intrépido e animado para com Deus e todas as criaturas. O Espírito Santo é quem faz isso pela fé, e por isso o homem se torna, sem coerção, disposto e desejoso de fazer o bem a todos, servir a todos, e sofrer toda sorte de coisas por amor a Deus e para a sua glória, o qual lhe concedeu essa graça. É impossível, assim, separar as obras da fé, tão impossível como separar do fogo o queimar e iluminar” (Livro de Concórdia, Fórmula de Concórdia, p. 592, § 10-12).

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